“Ainda bem que tem assédio, as meninas querendo pegar em você, querendo tirar foto. Quero que isso aumente”, diz Michel Teló, que graças ao sucesso de Fugidinha, hit lançado no CD e DVD Michel Teló – Ao Vivo (Som Livre, 2010), tem que lidar com a fama e o desespero de fãs apaixonadas por ele, e claro, por sua música.
Michel Teló tem pouco mais de um ano de carreira solo, mas está longe de ser um estreante na música sertaneja. Por 12 anos ele foi o vocalista do Grupo Tradição, responsável pelo boom do sertanejo universitário, que começou no Mato Grosso do Sul e tomou conta do Brasil.
“Eu sempre ouvi música sertaneja. No Mato Grosso do Sul eu cresci ouvindo Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano, Milionário e José Rico, Bruno & Marrone, Chrystian & Ralf. Criei-me ouvindo isso, faz parte da minha vida, que eu sempre cantei desde pequeno. O Tradição tinha influência do sertanejo, na época a gente teve a responsabilidade do som ficar mais animado”, relembra Michel Teló.
A carreira solo foi uma sequência natural de sua trajetória na música sertaneja e foi com o sucesso de Fugidinha, composição dos pagodeiros Rodriguinho (ex Os Travessos) e Thiaguinho (Exaltasamba), que Michel Teló tornou-se o novo fenômeno brasileiro, ao lado de Luan Santana. “Posso dizer que Fugidinha mudou minha vida. Minha carreira solo estava muito recente e quando a lancei não tinha nem um ano na estrada. E tanta coisa boa aconteceu depois, com certeza por causa de Fugidinha”, conta o músico.
O duplo sentido da letra (“O jeito é dar uma fugidinha com você”) e a malandragem implícita na composição é fruto da mistura de sertanejo e pagode, ideia que surgiu através do produtor de Michel Teló, e foi concretizada com a parceria com Rodriguinho e Thiaguinho. “Eles têm um papo diferente, falam da galera que quer se divertir sem compromisso. Realmente é um linguajar mais popular, mais da baladinha. A galera quer ir pra balada, se divertir, beijar na boca”, explica Michel Teló.
Sertanejo pop
Michel Teló é um dos grandes representantes do sertanejo pop, vertente que ajudou o estilo a ultrapassar a barreira do brega e tomar conta das baladas do Brasil. “Isso tudo é muito importante pra música sertaneja. Ver o sertanejo se renovando é muito bom”, comemora o cantor, que é amigo de Luan Santana, que também veio de Campo Grande (MS).
“Quando ele [Luan Santana] gravou o segundo DVD ele me ligou. Me chamou para estar com ele na gravação e fiz questão de ir”, lembra Michel Telo, que completa. “É um menino muito talentoso, torço muito por ele.”
Editora e gravadora Pantannal
Pouca gente sabe, mas Michel Teló não brilha apenas como cantor, sua empreitada como empresário e dono de gravadora ajudou o sertanejo universitário (ou pop) a conquistar o Brasil.
Ao lado do irmão ele criou a Gravadora e editora Pantannal, que lançou os primeiros discos do Grupo Tradição, João Bosco e Vinicius, e sua estreia solo. “A gente era a principal gravadora da região. Foi quem começou. Aquele primeiro CD ao vivo do João Bosco e Vinicius foi a Pantannal que lançou.”
Por conta da pirataria, atualmente a Pantanal se concentra apenas em editar canções de compositores como Sorocaba, Luan Santana e do próprio Michel Teló. “A Pantannal foi importante para o crescimento deste movimento”, finaliza.
Fonte: Contigo