O microblog twitter, que deveria ser um instrumento de informação, pelo seu formato ágil e prático, acaba muitas vezes sendo usado para outros fins. Um deles é a agressividade para com outras pessoas, através da troca de mensagens pouco elogiosas.
Uma das mais recentes polêmicas envolve Bruno Mazzeo, Rita Lee e Luan Santana.
Confesso que não acompanho a carreira do primeiro, mas pelo pouco que sei, pertence a uma nova safra de humoristas do país. Peço desculpas pela minha ignorância, porém não posso ser culpado por não ter estômago para os atuais programas humorísticos da Globo. Tenho conhecimento que é filho do grande Chico Anysio, um dos artistas mais completos que este país produziu. O que não lhe dá o direito, obviamente, de agredir verbalmente quem quer que seja. Ou mesmo “opinar” _ da forma como fez _ sobre como deveria ser ou não a conduta correta de alguém.
Para quem não sabe, em entrevista a um jornal, Bruno criticou Luan Santana, pedindo que o jovem se manifestasse sobre xingamentos de seus fãs contra a cantora Rita Lee, no twitter. Como se ele tivesse culpa, ou pudesse controlar as opiniões e atitudes de seus fãs e seguidores. Resultado: mais uma enxurrada de mensagens impublicáveis dirigidas ao humorista.
Luan continuou sem emitir opinião, mas até seu empresário entrou na jogada. Na rede social, chamou ironicamente o humorista de “divulgador” do sertanejo, devido a sua insistência em fazer comentários sobre ao cantor, desde a época em que o chamou de “vesgo”. E mais: sugeriu que ele divulgue outra dupla de seu escritório, Conrado & Aleksandro.
Descobri que Bruno está na mídia, lançando um filme, e toda e qualquer publicidade em torno de seu nome será bem-vinda. Cutucar alguém que tem milhões de seguidores e fãs parece ser uma de suas apostas.
Mas o que dizer de Rita Lee? Como entender o motivo pelo qual uma cantora, que tem décadas de história (e idade, claro), se envolveria em conflitos com o que ela chama de “crianças”? Ontem mesmo, ela voltou à carga, e teria postado um conto sobre uma “socialite country, aliciadora de menores e estrábica”, com nome de Lu Ana Santa (trocadilho com o nome do cantor). Em outra mensagem, diz que o artista seria pré-fabricado. Difícil acreditar que alguém _mesmo não gostando de Luan Santana ou de música sertaneja _ não veja qualidades ou talento no rapaz. O fato das carreiras serem impulsionadas por dinheiro e investimentos pesados não é nenhuma novidade, e a roqueira sabe bem disso, pois vive no meio da música há anos.
Sobre Luan e sua personalidade, pessoalmente tenho minhas ressalvas. Pelo menos, até onde conheço o artista. Por vezes tem sido criticado por falta de humildade e estrelismo exagerado. Pessoas próximas a ele já confidenciaram isso. Um conhecido repórter da Rede Globo, que teve a oportunidade de conhecê-lo um pouco mais, me deu outro parecer sobre o garoto fora dos palcos: ele seria tímido, na sua visão. Outro jornalista, do meio sertanejo, também o defende, e diz que é uma pessoa “bacana”.
Independente de qualquer coisa, não é sadio “trocar farpas” ou palavras de baixo calão via internet, acirrando a rivalidade entre grupos, como se estivéssemos lidando com fanáticos de torcidas organizadas ou coisa do gênero.
E parece que a fogueira de injúrias continuará acesa. Mas o que mais preocupa é a forma com que essa fogueira é alimentada, por pessoas que _ teoricamente _ deveriam ser contra a intolerância, em todas as suas vertentes.
E a mesma responsabilidade que cobram do sertanejo, parece que falta a eles. No mínimo, uma desinteligência da parte deles, para não falar outra coisa.