Ouça músicas de Luan Santana numa seleção da GLOBORÁDIO.com
- Cheguei a pagar para me apresentar em alguns lugares. Em 2008, gastei R$ 3 mil para tocar em um palco secundário em Barretos, e nem tinha muita gente. Este ano, fui embaixador da festa e batemos o recorde de público, que vinha desde 1998 - conta.
O cantor não tem cara de sertanejo. Sem bota, cinto, fivelão ou chapéu, ele tem letras que deixam de lado a vida do caipira para falar só de amor. O resultado da equação músicas com pegada pop + calças justas + gel no cabelo + carinha de bom moço é fácil de adivinhar: uma legião de meninas apaixonadas, capazes de loucuras para ficar "grudadinhas na grade".
- Ele já se casou comigo e não sabe! Às vezes, fico sabendo que o Luan está gravando um programa da TV Globo e vou para a porta do Projac - conta a carioca Taís Caroline Laecato, de 15 anos, que está de plantão na Arena Multiuso, na Barra, desde a semana passada, esperando o show de gravação do DVD de Luan, este sábado (ingressos de R$ 70 a R$ 120).
Há até quem perca a linha ao ficar cara a cara com o ídolo. Algumas garotas não querem saber se tem plateia. Abaixam as calças e...
- Já teve uma menina que entrou no camarim querendo que eu autografasse a bunda dela. E foi tirando a roupa! Eu disse "não, pelo amor de Deus, moça, põe essa calça que está cheio de gente aqui". Acabei autografando a barriga dela - lembra Luan, às gargalhadas.
Maior estrela da retomada do sertanejo, ele não gosta do rótulo de "universitário" e defende que o seu público não é restrito a adolescentes. Fiuk da roça? Só se for pelo alvoroço do público feminino.
- Nem cheguei à universidade. E nosso público não é só teen. Os adolescentes estão lá em peso, mas tem desde criança a gente de 60 anos. Até por eu não usar bota e chapéu, muita gente não sabia que eu cantava sertanejo, mas isso virou uma identidade minha. E me ajudou a entrar onde o gênero não tinha chegado - diz.
Luan reconhece a resistência do Rio a seu som. Para ele, isso tem a ver com a força do samba e do funk na cidade. Mas ele defende que 90% do Brasil são sertanejos e ainda vende o peixe das noites do gênero.
- Ainda tem uns 10% que acham que o sertanejo é de uma minoria, que é cafona. Demorou um pouco, mas agora chegou, e é para ficar. Olha, dá mulher pra caramba na night sertaneja. Os caras que querem pegação vão encontrar. Quem quiser animação também vai - empolga-se o músico, com sotaque carregado do interior.
O sonho de ser biólogo ou publicitário ficou para depois, mas ele conseguiu concluir o ensino médio. No seu iPod, tem os clássicos Zezé di Camargo & Luciano e Chitãozinho & Xororó, mas também rola country americano, como Keith Urban e Taylor Swift, além das bandas gringas McFly e Creed.
Fã de internet, Luan comanda seu perfil no Twitter pessoalmente. Ele ficou uma fera, aliás, quando viu, no site, um suposto diálogo "amoroso" que teria tido com um garoto.
- Pegaram uma imagem de twitcam minha e fizeram uma montagem. Fiquei com raiva pra caramba. Sinto pena das pessoas que acreditam nisso - critica o cantor, antes de a entrevista ser interrompida por uma assessora de imprensa, insatisfeita com o rumo da prosa.
Fonte: O Globo
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